sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Os limites do corpo

Mion com a namorada, Mariana: treino pesado só quando o corpo vai ser exibido


Malhação freqüente e conscienciosa, sem exageros nem desistências, é coisa para pouquíssimos. Em geral, quem vai religiosamente à academia vira malhador fundamentalista, para quem bíceps bom é o que não cabe na manga da camiseta G. Mais populoso ainda é o contingente dos que não se exercitam nunca ou começam e pára, num constante exercício – esse sim – de mortificação.

Segundo estimativa da Associação Brasileira de Academias, quase metade das pessoas que se matriculam nas academias nacionais em um ano já desistiu de freqüentar as aulas ou aparecer na sala de musculação. Uma dessas alunas itinerantes é a modelo Fernanda Brandão, 20 anos, de Piracicaba, interior de São Paulo, que, por força do trabalho, precisa estar sempre com o corpinho em cima.

"No último ano, parei três vezes, durante períodos de três meses. Normalmente, me matriculo, faço direito por dois meses e acabo parando. Já fiz um período de natação, depois saí; fiz aeróbica, saí. Agora estou tentando de novo, depois de um mês parada", relata, resumindo um itinerário com o qual certamente muita gente se identifica.

A médica carioca Eliane Barros, 39 anos, perdeu a conta de quantas vezes se matriculou na academia e desistiu de ir em seguida. "No início me matriculava no plano semestral, para ver se me empolgava. Daí, eu passei para o trimestral, já pensando que posso fazer três meses e depois repensar", diz ela, que está na fase inativa – parou em dezembro. Fernanda e Eliane provavelmente fazem parte do grupo que demora em ter resultados ou tem resultados pouco intensos.

Desencorajador, por certo. Mas nem por isso devem se conformar, enterrar-se no sofá e relegar a ginástica aos programas de televisão. Cada vez mais os especialistas estão convencidos de que a medicina não oferece nenhuma alternativa sequer comparável aos exercícios físicos em matéria de capacidade de prevenir doenças.

Continua

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