sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Os limites do corpo

José Carlos: hábito de fazer tudo o que o treinador manda, e mais um pouco "escondido".

Conclusão óbvia: há pessoas que nascem propensas a, exercitando-se, obter um corpo musculoso ou uma excelente resistência aeróbica. Outras não têm essa capacidade inata. Podem malhar e melhorar a condição física, mas não haverá esteira ou halter que promova a explosão de bíceps desejada por muita gente como ideal estético.

O pendor genético para obter resultados compensadores com a malhação é um aspecto muito pouco divulgado entre os que se esfalfam nas pistas de corrida e salas de musculação. No currículo dos atletas em tempo integral, no entanto, os genes têm papel de destaque.

"Hoje sabemos que até
80%
do resultado de alguns campeões olímpicos é determinado pela genética", diz o fisiologista Turibio Leite de Barros, coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Universidade Federal de São Paulo. A porcentagem varia conforme a modalidade esportiva.

Os dois talentos físicos mais nitidamente marcados por fatores genéticos são para as corridas de resistência (maratona) e de velocidade (
100
metros rasos). Em ambos os esportes, por mais que o atleta se dedique, jamais ganhará medalha se não tiver nascido, entre outras características, com a proporção de fibras "certas": vermelhas, mais aptas a agüentar longos períodos de contração sem se esgotar, no caso dos maratonistas; brancas, de contração rápida, para os velocistas.

Já no caso dos levantadores de peso, o aumento da massa muscular depende da capacidade de um processo chamado síntese de proteína, que ocorre nos músculos (além, claro, de treinamento intenso). "O músculo funciona como um mosaico contendo vários tipos de célula. Cada pessoa tem seu mosaico, determinada pelos genes. Dependendo dele, a síntese de proteína é maior ou menor e é isso que determina o ganho de massa muscular", explica o fisiologista Barros.

Continua

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